Com o novo horário estabelecido pelo senador Tião Viana, Aline se acorda por volta das 5h da manhã para poder chegar à escola às 7. Ainda escuro, prepara o café reforçado para encarar a rotina diária. O primeiro desafio é chegar é enfrentar o caminho até chegar ao barco. Durante cinco minutos ela passa por plantações de macaxeira, abacaxi e milho e, com um equilíbrio fora do comum faz a travessia de igarapés e córregos em pontes improvisadas com arvores roliças que dão um frio na espinha. "Aqui encontro equilíbrio para correr", brincou a simpática palmeirense. Depois, Aline percorre mais 15 minutos rio acima, inspirada pela bela paisagem das matas ainda preservadas às margens do riozinho Rola. Tracajás e uma rica fauna às margens do rio contemplam o caminho da campeã. E como último desafio, mais 3 km que durante o inverno são feitos a pé, enfrentando lama e buracos do ramal Barro Alto, mas que no verão é compensado pelo transporte diário feito por um caminhão pago com recursos do Governo Federal. Na sala de aula, a boa filha é também uma das melhores alunas, respeitada pelo sonho e a coragem de enfrentar as adversidades da vida no esforço que Aline espera ser recompensado com uma faculdade de direito ou medicina. "Mas nunca deixarei de correr!", se antecipa antes de eu perguntar pelo sonho do atletismo. Depois de percorrer todo o caminho junto com a aluna e de conhecer de perto a satisfação de sua mãe, dona Maria Madalena, descobri que o plano de formar-se em advocacia ou medicina é sem duvida a prioridade da jovem adolescente. Mas Aline não tem tanta certeza quando a realização do sonho de tornar-se uma corredora profissional: "A gente não tem nenhum incentivo, a não ser as aulas de educação física que temos na escola; nada de novo acontece, apenas a minha vontade de quebrar meus próprios recordes", concluiu.
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