Principal articulador da Frente Popular do Acre desde as eleições para a prefeitura de Rio Branco, Toinho é outro que anuncia saída do PT através de uma medida que ele chama de "prática para evitar constrangimentos políticos ou problemas jurídicos" na campanha que ele deve coordenar para Marina Silva [de quem é amigo]. Como ele próprio relatou na entrevista a ac24horas, afastado a muito tempo da "vida partidária", a volta ao cenário político acontece por uma causa nobre.

É verdade que ele sempre cumpriu um importante papel nos bastidores, longe dos holofotes e das câmeras. Mas o velho combatente criador do movimento de esquerda chamado OSI - Organização Socialista Internacionalista, um grupo Trotskista conhecido como "liberdade e luta", nunca esqueceu de seus ensaios estudantis e quando veio à cena, conseguiu pautar a imprensa acreana com declarações fortes.

Quem não lembra da frase: "A imprensa do Acre é uma merda", dita pelo guru do governo Binho Marques em protesto a censura imposta aos canais de comunicação. Toinho Alves sempre lutou pela prática da comunicação que ele ajudou a fazer no Varadouro, mas esse foi um nó que o jornalista não conseguiu desatar. "O governo não ‘exerce censura', ele simplesmente edita os jornais dos quais ele é uma espécie de arrendatário, quase dono", disse em entrevista a imprensa.

"Neste momento, o futuro da humanidade está em questão, as mudanças do clima no planeta encurtam todos os prazos e o mais importante é fazer com que o povo discuta esse assunto e pressione os políticos a tomarem decisões", comentou.

Quando o assunto foi ruptura, o militante engrossou a preleção: "A gente se filia a um partido pra defender uma causa, não para ficar agarrado ao poder político ou status social".

Para Toinho a Frente Popular está maior, mais poderosa e mais conservadora. Ele defende um novo instrumento político para as futuras gerações, deixando claro que "assim como as pessoas, as organizações e instituições também envelhecem".

Convertido na Doutrina do Daime, acredita na aprovação pelo Partido Verde da "clausula de consciência". Para o jornalista temas como a liberação da maconha e descriminalização do aborto não serão obrigatórios para quem entra no PV com idéia discordante.

"Acho que o PV vai exigir consenso em questões básicas relacionadas ao desenvolvimento sustentável, a conservação ambiental, a justiça social etc. Mas isso é apenas uma previsão pessoal, afinal não sou filiado ao PV", acrescentou.

Finalizando, Toinho Alves disse que Marina Silva deve apresentar um projeto com proposta para a vida do planeta. "Os outros candidatos tem proposta melhor?" Questionou. Na sua avaliação a candidatura de Marina, mesmo ainda sendo mera possibilidade já provocou mudanças enormes no quadro da disputa eleitoral.

Jairo Carioca - Da redação de ac24horas