Rodrigo Pinto: "A Frente Popular está apagando sua história com uma borracha"





Pré-candidato ao governo diz que oposição está consciente que para ganhar da Frente Popular tem que unificar os partidos nas próximas eleições





As oposições no Acre poderão sair unidas para as eleições de 2010. Pelo menos é o que vem se confirmando em várias reuniões mantidas pelos principais líderes de partidos como o PMDB, PDSB, PMN, PPS, DEM, entre outros que não comungam com a Frente Popular do Acre, agremiação política que comanda o estado há quase duas décadas.

Por enquanto dois nomes da oposição, Rodrigo Pinto (PMDB) e Tião Bocalon (PSDB), despontam como candidatos ao governo do estado, mas se depender do senador Geraldo Mesquita, Márcio Bittar, Flaviano Melo e de outros políticos influentes, a oposição disputará as eleições em 2010 com apenas um candidato ao governo e outro ao Senado da República.

Em entrevista exclusiva ao Contilnet Notícias, o vereador Rodrigo Pinto fala dessa unificação, que na visão de políticos como o ex-governador Jorge Viana (PT), não deverá acontecer. “Eles estão preocupados, nós estamos incomodando muito a eles. O que nós estamos praticando é exatamente o que eles fizeram no passado”, contra-ataca Rodrigo Pinto, que acredita em uma composição entre o seu partido, o PSDB e as demais siglas da oposição. Veja a entrevista:

Contilnet – As lideranças de oposição do Acre estariam se unindo para enfrentar o candidato do governo nas eleições de 2010. O senhor acha existe alguma possibilidade de unificação entre os partidos de oposição? Como isso se daria?

Rodrigo Pinto – Nós somos mediadores das reuniões que vem acontecendo entre os partidos de oposição. O senador Geraldo Mesquita, através da boa influência que exerce no Senado da República conversou com o PSDB nacional que vem discutindo a questão dos estados, e esse partido revelou ter interesse em priorizar as eleições para o Senado em todos os estados brasileiros. Daí, o senador Geraldo Mesquita disse a eles que o interesse do PMDB acreano era o governo do Acre, então são interesses que convergem.

Contilnet – Isso quer dizer que o movimento em favor da unidade das oposições é real?

Rodrigo – Já iniciamos as conversas. Chamamos todos os partidos de oposição, o senador Geraldo Mesquita foi o mediador, colocamos a proposta e o PMDB assinou em baixo. Então, estamos dialogando sim, este é o momento de trabalharmos com humildade, desarmados e entendermos que é isso que a população quer. Iremos dar uma demonstração de força real para ganharmos a eleição em 2010.

Contilnet - Você acha que o PSDB vai abrir mão da candidatura do Bocalon ao governo para apoiar a sua?

Rodrigo – Nós temos primeiro que unir. Quem vai abrir mão para quem a gente discute depois. O importante é que há convergência, é a orientação da direção nacional. Estamos falando de federação, do Brasil, da responsabilidade de um governo federal. Há um interesse da direção nacional do PSDB que haja prioridade na eleição de senadores para garantir a governabilidade no Congresso Nacional. E no PMDB há um interesse regional no cargo de governador.

Contilnet – Como é sua relação como o Bocalon?

Rodrigo – Temos uma ótima relação. Tenho um diálogo contínuo com o Bocalon, participamos de eventos juntos, vamos às rádios do interior juntos. O Bocalon é uma pessoa muito responsável, tem visão de futuro e muito conhecimento. Ainda temos bastante tempo para continuarmos o diálogo. As convenções só irão acontecer em junho do ano que vem e sei que iremos fazer o que é o melhor para a população, que há muito tempo vem pedindo a unidade das oposições para que finalmente aconteça a mudança em vários setores da política do Acre.

Contilnet – A Frente Popular insiste em dizer que não acredita na unidade das oposições, e que vocês não tem proposta para o Acre. Como analisa essas críticas?

Rodrigo – Bem, eles estão preocupados, nós estamos incomodando muito a eles. O que nós estamos praticando é exatamente o que eles fizeram no passado. Estão tão preocupados que estão apagando a sua própria história com uma borracha.

Contilnet – Explique essa história da borracha...

Rodrigo – O PMDB inova, apresentando uma nova liderança, ousa em dar a essa nova liderança o cargo de maior responsabilidade do estado. E foi isso que eles fizeram no passado. O PMDB é um partido orgânico, discute com a sociedade de todas as regiões do estado seus problemas e acumulou experiência de poder. O PMDB já foi governo, foi o partido que mais construiu casas populares e investiu em saneamento básico. Portanto, essas críticas não têm fundamento nenhum. Nós estamos trabalhando com sonho verdadeiro que se tornará realidade, e não adianta reclamarem porque esse é o nosso processo.

Contilnet – Você tem quantos anos de idade e há quanto tempo está atuando na política?

Rodrigo – Tenho 30 anos de idade, dois mandato de vereador e agora uma responsabilidade enorme, que é a candidatura ao governo do Acre.

Contilnet – Você acha que já acumulou experiência suficiente para governar o Acre?

Rodrigo – Eu estou preparado para governar o Acre, sim! Vejamos a história do Acre. Os melhores governadores e os maiores líderes natos, como o meu saudoso pai, Edmundo Pinto, foram eleito governador na faixa dos 30 anos, o segundo governador mais jovem do Brasil. O ex-governador Jorge Viana também foi eleito na faixa dos 30 anos de idade. E lembrando vários outros, como o ex-governador José Augusto, que foi eleito quando tinha 29 anos de idade, e foi um bom governador. Então, o que vale é a formação do caráter, a saúde e a vontade de trabalhar, e isso nós temos.

Contilnet – Entre os nomes que você cita como exemplo de bom administrador está o de Jorge Viana. Você acha que ele foi um bom governador para o Acre?

Rodrigo Pinto – No primeiro mandato, sim. É importante nós reconhecermos os lados positivo, não estabelecer apenas uma critica e nenhum ataque pessoal. Temos que reconhecer que todos esses nomes fizeram e fazem parte da história do Acre, deram a sua contribuição e cometeram equívocos. O problema da Frente Popular é que ela quer se eternizar no poder e isso é mal para democracia e para o desenvolvimento do estado. Por isso estamos nos apresentando para disputar o governo em 2010 com alternativa do poder com responsabilidade.

Contilnet – Até que ponto o nome do seu pai ajuda na sua candidatura ao governo?

Rodrigo Pinto – Ajuda muito porque é um homem respeitado em todo estado do Acre. As pessoas têm uma grande admiração pelo que representou Edmundo Pinto em vida: um homem íntegro, ético, responsável, atuante e acima de tudo humilde, do povo. Isso representa para mim, meia porta aberta. Quando ando pelo estado sou muito bem tratado pelas pessoas, que sempre trazem boas lembranças à sua saudosa memória. Eu só tenho bom exemplo a seguir. Sou seu filho, por isso não vejo mal nenhum em dizer que a sua caminhada será contínua porque a trajetória já foi feita.

Contilnet – Você já está em campanha?

Rodrigo – Estamos praticando a política partidária, uma vez que o PMDB tem diretórios em todos os municípios. Daí, estamos nos apresentando e pedindo ajuda aos nossos militantes e simpatizantes sobre essa proposta de apresentar o novo. É gratificante dizer que recebemos apoio de todos os diretórios e de muitas pessoas que encontramos em nossas andanças. As coisas se encaixaram, o filho da terra, acreano, herdeiro político de um grande homem e que pertence a um partido que é o maior do Brasil.

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