Incertezas na corrida para troca de partidos

Com a aproximação da data-limite para a troca de partidos, deputados e vereadores estão correndo contra o tempo para que o Tribunal Regional Eleitoral do Acre emita seus atestados de liberação jurídica para buscarem novas filiações sem o temor de perderem os seus mandatos. Terão de ter esta definição até o dia 4 de outubro próximo. PMN, PR e PSB são os partidos que deverão perder representantes na Câmara de Rio Branco e na Assembleia Legislativa. Os primeiros julgamentos devem entrar em pauta nas sessões da próxima semana. Alguns deputados como Élson Santiago (PMN) admite publicamente que, se não obtiver ganho de causa para deixar o PMN, não será candidato à reeleição. O problema esbarra em alguns suplentes que são parte legítima do processo a que responderam na Justiça Eleitoral e não abrem mão de assumir, criando um impasse. É esse o quadro na corrida do troca-troca partidário:

Deputado Walter Prado (PSB)
A direção do PSB deu entrada no Tribunal Regional Eleitoral do Acre com um documento em que o libera para se filiar a qualquer outro partido, aceitando a tese de perseguição política arguida pelo parlamentar. Ontem, caiu a última exigência feita por Prado para aceitar mudar de sigla: o primeiro suplente Manoel Moraes assinou a desistência de recorrer á justiça eleitoral para pedir o seu mandato em caso de mudança. A tendência é que Walter Prado se filie ao PRB, mas, está esbarrando na recusa dos pequenos partidos de tê-lo na aliança. Trabalha para a montagem de uma coligação com o PP-PTN-PR-PRB, na qual estariam além dele, os deputados Zé Carlos (PTN), Helder Paiva (PR), o ex-deputado José Bestene (PP) e o ex-prefeito Deda. Podendo ainda haver a adesão do deputado Élson Santiago (PMN).

Luiz Tchê (PMN)
Conseguiu que o presidente do PMN, deputado federal Sérgio Petecão, desse-lhe uma carta de liberação do partido com o compromisso que não perderia o seu mandato. Seu caso está bem adiantado no Tribunal Regional Eleitoral do Acre. O seu problema é que, quando consultado pelo TRE, o primeiro suplente Raimundo Silva negou-se a aderir ao atestado liberatório e ameaça buscar o mandato de Tchê na Justiça caso este saia do PMN. Tchê espera a decisão para entrar no PDT. Hoje, recebe o secretário-geral da Executiva Nacional, Manoel Dias, que vem interpelar a direção regional por que motivo não aceitarão a filiação do deputado Luiz Tchê.

Deputado Josemir Anute (PR)
Foi outro que conseguiu que a Executiva do seu partido lhe desse uma carta de liberação. A seu favor pesa que a primeira suplente Dinha Carvalho (PR), quando acionada nos autos sobre o seu pedido de troca partidária não se pronunciou no prazo dado pelo tribunal, o que se configura em aceitação tácita. A exemplo do processo do deputado Luiz Tchê, seu caso deve entrar em pauta na próxima semana. Josemir deverá se filiar a um partido de oposição, mas ainda não se definiu.

Élson Santiago (PMN)
Está na mesma situação do deputado Luiz Tchê: o primeiro suplente Raimundo Silva ameaça pedir seu mandato se trocar de partido. Alega que Silva não pode fazê-lo porque não se encontra mais filiado ao PMN, estando hoje no PRP. Se conseguir o aval do TRE, filiar-se-á ao PP, por onde disputará a reeleição. Caso não tenha êxito no tribunal, vai abandonar a política.

Vereador Astério Moreira (PSB)
Está saindo do PSB num acordo com a direção do partido com a qual vinha tendo sérios problemas de relacionamento político. Os seus suplentes já assinaram o atestado da sua liberação. Não definiu ainda se vai se filiar após ser autorizado pelo TRE a deixar o PSB.

Vereador Vieira (PHS)
Está pedindo no TRE-AC que seja autorizado a mudar de partido porque o PHS, por onde se elegeu pela oposição, foi comprado pelo grupo do deputado Zé Carlos (PTN) e se aliou à Frente Popular do Acre. Está alegando desvirtuamento ideológico do PHS, que saiu da oposição para o governo. Deve entrar em uma sigla da oposição.

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